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Fernando Pessoa

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sargento que atirou em gay após a Parada LGBT do Rio de Janeiro será indiciado por tentativa de homicídio

Indiciamento militar

por Redação MundoMais

IlustraçãoO militar será indiciado pela Polícia Civil


RIO DE JANEIRO – A Polícia Civil do Rio de Janeiro vai indiciar o terceiro sargento Ivanildo Ulisses Gervásio, 37, por tentativa de homicídio duplamente qualificado, ou seja, por motivo torpe e sem chance de defesa da vítima. O militar foi quem agrediu e atirou no estudante Douglas Igor Marques Luiz, 19, na Praça Garota de Ipanema, no Arpoador, após a 15ª Parada do Orgulho LGBT do Rio, no domingo, 14.
Ivanildo confessou ter efetuado os disparos e foi reconhecido pela vítima e as demais testemunhas na tarde de ontem, 19. Os outros dois militares envolvidos responderão pelo crime de agressão pelo processo militar.
Segundo o delegado da 14ª Delegacia de Polícia Civil do Leblon Fernando Veloso, o processo deve ser julgado em 30 dias, pois ainda é necessário esperar o final do Inquérito Policial Militar (IPM) do Forte de Copacabana, no qual o militar Ivanildo é lotado.
Caladinho – No interrogatório feito ontem, 19, o sargento Ivanildo preferiu ficar calado. No entanto o delegado disse que – mesmo que tenha sido acidental, ele assumiu o risco. “Ainda que tenha sido acidental, ao manusear a arma na tentativa de amedrontar uma pessoa, ele assumiu o risco de produzir este resultado. Ele tem experiência no trato com a arma de fogo. O sargento deve ser indiciado por dolo direto ou dolo eventual”, comentou Veloso.
Quanto ao fato do ato de violência ter sido homofóbico, o delegado destacou o fato do militar ter xingado a vítima. De acordo com testemunhas, os militares chamaram Douglas de “viado” e que ele seria “uma vergonha para a família” antes do disparo. Para o delegado Veloso, o tiro pode ter sido acidental. “Estava muito escuro e nenhum dos dois percebeu a mancha de sangue. Só depois de algum tempo o jovem sentiu a queimação característica do ferimento causado por arma de fogo”, explicou Veloso.
Tudo certo, mas... – Apesar da rapidez das investigações, a fala do delegado já sinaliza o desfecho do caso como sendo “acidental”. Após o ocorrido, o Parque Garota de Ipanema, que há anos é ponto de encontro de gays durante a noite, foi fechado. O delegado diz que não se trata de “juízo de valor”, mas que é uma medida para evitar que outros atos violentos aconteçam. Segundo ele, determinada pela subprefeitura e “recomendada” pela polícia. Então, tá!

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