" O Amor é essencial, O Sexo, acidente;Pode ser igual, Pode ser diferente"
Fernando Pessoa

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Radar Gay

Um aplicativo para eletrônicos portáteis com GPS tem deixado em polvorosa o mundo gay ao mostrar, em questão de metros, quais são os homossexuais, bissexuais ou "curiosos" que estão em volta. Fácil de navegar, os usuários podem bater papo entre si. E o assunto, invariavelmente, é um só: sexo. Se a conversa evoluir, marca-se um encontro para se conhecer pessoalmente e, obviamente, colocar em prática tudo o que foi dito. Com a garantia de anonimato, o aplicativo tem mudado a maneira de muitos gays se relacionarem, dando chance a héteros "curiosos" de terem novas experiências e até ajudado aqueles que querem sair do armário.
O primeiro passo é cadastrar-se na rede social destinada a quem é gay, bissexual, ou, no mínimo, curioso. A rede exibe as informações básicas de cada usuário, com nome, foto, idade, medidas e uma breve descrição pessoal. Uma vez que o usuário é cadastrado, seu celular passa a fornecer os dados sobre sua localização, em tempo real, para outros membros da rede. A informação é obtida pelo GPS do celular e fica disponível para todos os usuários. O dispositivo apita, avisando que chegou uma mensagem. Se a foto do remetente despertar o interesse, o passo seguinte é iniciar uma conversa. Dependendo do apetite sexual de ambos, é possível que acordem juntos no dia seguinte.
A idéia é que os encontros sejam não apenas de caráter sexual, pois algumas amizades podem surgir. Os perfis são organizados a partir da pessoa que está mais perto até o mais distante. Nos chats (salas de bate-papo que funcionam dentro do aplicativo), é possível trocar fotos com privacidade. O Purpll permite entrar em salas com temas específicos, como “jovens” e “travestis”. O Qrushr tem uma versão só para lésbicas – sem grande adesão. Os aplicativos podem ser baixados gratuitamente, embora alguns tenham versões pagas. O de maior sucesso é o Grindr (fala-se grainder), que acaba de lançar sua versão também para BlackBerry. Unanimidade entre os gays, ele foi lançado em março de 2009 e baixado por 1,3 milhão de pessoas em 180 países, incluindo Albânia, Quirguistão, Cuba e até o Irã, onde, segundo o presidente, Mahmoud Ahmadinejad, não existem gays. Nos Estados Unidos, recordista em usuários, eles já são quase 600 mil.
No Brasil, o alcance ainda é pequeno: pouco mais de 13 mil usuários estão cadastrados – quase metade na cidade de São Paulo. Ele é ótimo porque você pode ir para qualquer grande cidade do mundo e encontrar gays locais sem dificuldade, diz Joel Simkhai, criador do aplicativo. “Todas as pessoas têm conexões perdidas, como o cara que vive em seu prédio e você nunca conheceu.” É aí que os gaydares como o Grindr encurtam o caminho.
Por enquanto, o público homossexual masculino domina os aplicativos. Os homens são mais abertos a conhecer parceiros on-line e sempre foram os primeiros a abraçar as oportunidades que as novas tecnologias trazem na busca de relacionamentos, diz Simkhai. O criador do Grindr afirma que uma versão para o público heterossexual está sendo desenvolvida. Nosso desafio é disponibilizá-lo para todos os públicos: homens, mulheres, heterossexuais ou gays, em qualquer lugar do mundo, afirma. Gabriela Damasceno é lésbica, tem o Qrushr Girls e diz que o aplicativo ajuda mais a fazer amigas do que a encontrar parceiras. Os homens vão mais atrás de sexo do que a mulher. Nós buscamos conhecer a pessoa.
Shimkhai disse, ainda, que a geolocalização continuará sendo um recurso importante. Ele acrescenta que o desejo de se encontrar não é uma característica só gay, mas que os homens e as mulheres têm jeitos diferentes de paquerar.
- O Grindr foi feito para um homem. Se vamos oferecê-lo a uma mulher temos que fazer as coisas de outro jeito.
E acrescentou que, embora deseje que as mulheres heterossexuais participem do serviço, qualquer pessoa vai poder assiná-lo como gay, lésbica, bissexual ou uma mistura das alternativas anteriores.
Seja por meio do Grindr, do Purpll, do Qrushr, o público gay não perde tempo. Então, cuidado: se por acaso essa for sua opção sexual e você prefere manter-se no anonimato, você pode estar sendo rastreado pelo GPS gay.
http://www.mundomais.com.br/exibemateria2.php?idmateria=1996

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