Relator do caso Bolsonaro no Conselho de Ética aceita denúncia por preconceito.
por Redação MundoMais
Em relatório preliminar lido na sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (29), o deputado federal Sérgio Brito (PSC-BA) aceitou a representação do PSOL contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) por suposta quebra de decoro parlamentar. Para o processo seguir no conselho, os demais integrantes devem apoiar a decisão do relator.
Brito, que é relator do caso, considerou pertinente a instauração do processo contra o parlamentar por ele ter violado o código de ética da Casa. Na hipótese dos autos, o representado é detentor de mandato de deputado federal, justificou o relator.
Na ação do PSOL há indicação de três ações de Bolsonaro. A primeira foi de discutir e ofender a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) em 12 de maio, durante a Comissão de Direitos Humanos do Senado, que debatia o projeto de lei que criminaliza a homofobia.
O segundo motivo da ação se baseia na divulgação de Bolsonaro, no mesmo dia, de panfleto contra o kit anti-homofobia, em elaboração pelo Ministério da Educação, com “afirmações mentirosas, difamatórias e injuriantes”, segundo o PSOL, sobre a causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
E o terceiro se refere à participação de Bolsonaro, em 28 de março, no programa de televisão CQC, no qual a cantora Preta Gil o indagava sobre o que faria se o filho dele se apaixonasse por uma negra. No episódio, o parlamentar disse que não iria “discutir promiscuidade” e que não correria esse risco porque seus filhos “foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu” (em referência à Preta Gil). Logo depois, em nota, ele negou que seja racista e disse que se confundiu com a pergunta.
Para justificar sua decisão, o relator disse que “há programas de televisão e reportagens que relacionam a ele os fatos narrados e, ao menos em tese, o abuso da prerrogativa da imunidade parlamentar constitui ato incompatível com o decoro parlamentar”.
Outro lado
Bolsonaro reagiu com indignação. Ou sou cassado ou sou absolvido. Eu não engulo isso aí [as representações], disse o deputado quando teve a palavra durante a sessão desta tarde. A argumentação do parlamentar é a de que as falas condenadas pelo PSOL são fruto da liberdade de expressão dele.
Quanto à manifestação contra a cantora Preta Gil, ele reitera que não é racista, apenas zela pelo que chamou de “moralidade”. Quem defende o ‘kit gay’não tem moral para acusar os outros, afirmou o deputado.
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